#088 - O Sétimo Dia da semana, Sábado, o único e verdadeiro Dia do Senhor!

A revista eletrônica católica “The Leaven” do estado no Kansas nos Estados Unidos chama os cidadãos a recuperarem o domingo com gratitude. O grande objetivo aqui é chamar atenção para o domingo como dia de guarda, e que grande parte dos problemas que estamos vivendo no mundo hoje se dão pela negligência em santificar o domingo como “dia do Senhor”. A revista coloca da seguinte forma:

“Através das meditações diárias do rosário da Escola da Fé, Mike Scherschligt tem encorajado seus ouvintes a reclamar o domingo como o Dia do Senhor. Em sua aliança com Israel, Deus inclui nos 10 Mandamentos a obrigação de guardar santo o sábado. Para os cristãos, o Dia do Senhor é domingo, comemorando o dia da ressurreição, a vitória de Jesus sobre a morte.” [1].

O primeiro problema aqui é informar que para os Cristãos, o Dia do Senhor é o domingo, comerando-o como dia da ressurreição e fazendo-o parte dos 10 mandamentos. Em nenhum lugar, em absolutamente nenhum lugar na bíblia existe tal informação, seja por parte de Cristo ou de seus discípulos, de que o quarto mandamento que claramente pede pra guardarmos o Sábado - o sétimo dia da semana, foi mudado para o primeiro dia da semana ou domingo.

Quartodecimanismo.

Para entendermos melhor a origem desse grande engano, temos que voltar ao século primeiro e lembrarmos de uma crise no mundo Cristão de então chamada de Quartodecimanismo. Logo no início da vida da Igreja do I século, disputas surgiram sobre qual seria a data para se comemorar o feriado da Páscoa (chamado "Pascha" em grego e em latim). Em conjunto, elas passaram a ser conhecidas como controvérsias sobre a Páscoa. A primeira delas ficou conhecida como "Controvérsia Quartodecimana".

Na era apostólica (durante a vida ou imediatamente após a morte dos apóstolos), a Páscoa ainda era sempre celebrada no 14 dia do mês judaico de Nisan, se utilizando na mesma instrução dada por Moisés quando da saída do Egito, ou Exodo. Como a páscoa dada ao povo de Israel por intermédio de Moisés apontava ou prefigurava Cristo, o cordeiro pascal que seria morto, e que ressucitou no domingo, primeiro dia da semana, era por um lado natural que os Judeus convertidos ao cristianismo tivessem o dia de páscoa como o dia a ser usado para a celebração da morte e ressurreição de Cristo. Mas contrário á esse argumento, Nisan 14 se utilizava do calendário Lunar, ocorrendo que esse dia de páscoa poderia cair em qualquer dia da semana, e não necessariamente no domingo. Ou seja, e celebração da páscoa, ou da morte e ressurreição de Jesus caia em qualquer dia da semana, tornando o domingo como dia da comemoração da morte de Cristo completamente irrelevante.

Além disso, Roma antiga e pagã chamava o primeiro dia da semana de dies solis (dia do Sol: daí o inglês Sunday ou o alemão Sonntag), porque foi dedicado à divindade pagã chamada Sol Invictus, muito importante no culto imperial. E foi justamente um imperador romano, Constantino, o Grande, que fundiu as duas tradições em uma. Assim, o mesmo César que legalizou a religião cristã pelo Edito de Milão, em 313 – que mais tarde fundaria Constantinopla como capital romana do Oriente e seria santificado – decretou em 7 de março de 321 que o antes chamado dies Solis seria observado como feriado civil obrigatório. Desta forma, o imperio romano católico-pagão se utiliza então dessa estratégia para agradar pagãos (tendo o domingo como dia sagrado de adoração ao sol) e agradar Cristãos recén “convertidos” do paganismo (que teriam escolhido o domingo como dia de comemoração da ressurreição de Cristo). Satisfazendo o interesse de ambos e dando fim então á esse conflito dentro do império romano.

E foi exatamente nesse mesmo tempo, nas suas primeiras décadas que o cristianismo foi então contaminado pelo paganismo, como já então descrito pelo apóstolo Paulo:

"Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado; E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade. 2 Tessalonicenses 2:7-12

Esses mesmos pseudo-cristãos apegados a festas comuns no mundo pagão, desejavam então fundir o importante feriado pagão do primeiro dia da semana de adoração ao sol, ao importante feriado cristão da páscoa “ressurreição de Jesus” e agradar o mundo imperial romano como um todo, e unir todo o império sob o teto de uma só religião; a Igreja Apostólica Católica Romana. Foi decidido então associar a Páscoa ao domingo, o dia em que Jesus teria ressuscitado da morte segundo os Evangelhos, e que já havia muito era considerado dia santo pela comunidade pagã.

De acordo com os escritos de Ireneu de Lyon, a Igreja romana começou a erroneamente celebrar a Páscoa no domingo já no tempo do Papa Sisto I (115 - 125). Ireneu, que seguia o costume pagão de festejar aos domingos, também afirmou, porém, que o bispo Policarpo (um discípulo do apóstolo João de Esmirna (ca. 69 - ca. 155), na Ásia Menor, uma das sete igrejas da Ásia, era um quartodecimano. Ou seja, rejeitava a idéia de se celebrar a pascoa aos domingos, e ainda a quardava no 14 dia de Nissan, e tinha o sétimo dia da semana como verdadeiro Sábado do Senhor. Logo em seguida, Aniceto se tornou bispo de Roma por volta de 155 e Policarpo visitou a cidade. Entre os tópicos discutidos entre eles estava esta divergência de costumes. Mas, notou Ireneu:

“Aniceto não conseguiu persuadir Policarpo a deixar a observância [quartodecimana] alegando que ela sempre teria sido praticada por João, discípulo do Senhor e por outros apóstolos com quem ele tinha conversado. Também Policarpo não foi capaz de persuadir Aniceto a observar o mesmo costume: Aniceto alegou que precisava seguir o costume dos anciãos antes dele.” — História Eclesiástica, Eusébio de Cesareia.”

Nem Policarpo e nem Aniceto foram capazes de persuadir um ao outro em suas posições, mas nenhum deles também considerou o assunto de importância suficiente para justificar um cisma. De fato, Ireneu relatou que "Aniceto cedeu a Policarpo durante a celebração da Eucaristia, como forma de mostrar respeito". Aniceto e Policarpo partiram em paz, deixando, contudo, a questão sem solução.[2]

De acordo com o Novo Testamento, os apóstolos se reuniram aos domingos para o partir do pão, mas isso não significa que o sábado (que em hebraico significa simplesmente “descanso”) tinha perdido seu lugar como um dia de descanso obrigatório.

A mudança ou confirmação “oficial” dessa mudança do Sábado do Sétimo Dia para o primeiro dia da semana, ou Domingo pela Igreja Católica levaria mais de mil anos. Foi no Concílio de Trento, realizado no século 16:

“A Igreja de Deus (sic.) achou conveniente que a celebração religiosa do sábado deva ser transferida para o dia do Senhor: o domingo.”

Como resultado, em quase todos os países de tradição cristã foram proibidos aos domingos o artesanato, o comércio e a dança. Exceções foram feitas em situações de emergência ou para certos sindicatos. Finalmente, após a Revolução Francesa (1789), o descanso dominical foi assimilado como um direito trabalhista e é admitido praticamente em todas as legislações.

Os evangélicos podem até procurar textos bíblicos para justificar o descanso dominical, mas não encontrarão um versículo sequer. Ele acabam tendo que admitir que guardam o domingo porque os romanos (império e igreja) assim o decretaram.

Uma das teorias mais usadas para justificar a mudança do sábado para o domingo é a de que o sábado foi abolido na cruz e o domingo instituído em seu lugar através da ressurreição de Cristo. Por mais popular que seja, essa teoria carece de fundamentação bíblica e de comprovação histórica. O texto de João 20:19, normalmente usado para apoiar a teoria, simplesmente declara que os discípulos estavam reunidos, com ‘as portas da casa’ trancadas, por ‘medo dos judeus’, sem qualquer alusão ao domingo como um novo dia de guarda. Além disso, a primeira evidência histórica concreta sobre a existência de cristãos observadores do domingo é encontrada somente na metade do segundo século de nossa era.

A tese doutoral de Samuele Bacchiocchi, intitulada From Sabbath to Sunday: A Historical Investigation of the Rise of Sunday Observance in Early Christianity (Roma: Pontifical Gregorian University Press, 1977), monstra que a adoção do domingo em lugar do sábado não ocorreu na primitiva Igreja de Jerusalém, por virtude de autoridade apostólica, mas aproximadamente um século depois na Igreja de Roma:

“Sob a influência cultural paganizadora do Império Romano, o cristianismo dos primeiros séculos acabou absorvendo vários elementos de origem pagã, dentre os quais se destaca o culto ao Sol de origem persa (mitraísmo). Os mitraístas romanos veneravam o Sol Invictus cada domingo e celebravam anualmente o seu nascimento no dia de 25 de dezembro. Tentando harmonizar alegoricamente o Sol Invictus com o ‘sol da justiça’ do cristianismo (Ml 4:2; Jo 8:12), muitos cristãos começaram a adorar a Cristo no domingo como ‘dia do Sol’ (Sunday em inglês e Sonntag em alemão), com o duplo propósito de se distanciarem do judaísmo perseguido pelos romanos e de se tornarem mais aceitos dentro do próprio Império Romano.”

Mas o que parecia inicialmente apenas um sincretismo religioso começou a assumir um caráter institucional. A 7 de março de 321 d.C., o imperador Constantino, um devoto adorador de Mitra, decretou ‘que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol’. Esse decreto foi seguido por várias medidas eclesiásticas para legalizar a observância do domingo como dia de guarda para os cristãos.

O próprio Catecismo Romano, 2ª ed. (Petrópolis, RJ: Vozes, 1962), na página 376, reconhece a atuação da Igreja Católica nesse processo, ao declarar:

“A Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do sábado.”

Por mais atraentes e populares que sejam algumas teorias sobre a origem da observância do domingo, não podemos impor ao texto bíblico interpretações artificiais e desenvolvimentos históricos que só ocorreram após o período bíblico. Para sermos honestos com a Palavra de Deus, precisamos permitir que ela, a Bíblia, nos diga qual o verdadeiro dia de guarda do cristão:

Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Gálatas 1:8

Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.
Apocalipse 22:18,19

O sábado é o memorial da criação e aponta para o Deus verdadeiro, Criador dos céus e da Terra; além disso, faz parte das três mensagens angélicas de Apocalipse 14. Portanto, é natural que esse assunto ganhe cada vez mais dimensão e seja cada vez mais discutido. Quando você for questionado, que suas respostas sejam embasadas na Bíblia e não na autoridade humana.

O jornal católico “The Leaven”, do começo da matéria termina o texto da seguinte forma:

“Não é coincidência que, como a freqüência à igreja diminuiu em nossa sociedade, e um número crescente de pessoas não reivindica afiliação religiosa, os índices de solidão, ansiedade e depressão têm aumentado. Precisamos recuperar o domingo para nos lembrar que não somos deuses, os senhores de nossas próprias vidas. Precisamos redescobrir nossa verdadeira identidade como filhos e filhas amados de um Pai celestial muito amoroso. Deus não precisa do domingo nem da nossa adoração. Entretanto, precisamos nos aproximar da fonte da vida e do amor. Precisamos do domingo para nos reorientarmos para o significado e o propósito fundamental da vida. Não é para fazer dinheiro ou experimentar vários prazeres ou ganhar notoriedade ou fama. O propósito da vida é conhecer o Deus que nos amou e deseja que participemos de sua vida e que estejamos em comunhão com Ele. O domingo é o dia mais importante da semana, e a Eucaristia deve ser o centro de nosso domingo."

Sim, o mundo esqueceu-se do verdadeiro dia de guarda, o Sábado, o sétimo dia da Semana. Quando transformamos as coisas por Deus criadas na semana da criação em objeto de adoração, isso nada mais é do que idolatria. Ter o domingo como dia santo, nada mais é do que o ser humando escolher seu pr´prio dia santo, colocando o EU em primeiro lugar, e não o “Assim diz o Senhor”. Se quando transformamos por exemplo uma árvore ou um animal em objeto de culto e adoração, não temos problema algum em chamarmos de idolatria. Mas quando transformamos um dia da semana, o domingo, em objeto de culto e adoração, será que isso também não se caracteriza idolatria? Afinal, o domingo, primeiro dia da semana, támbem foi criado por Deus, e em nenhum momento Ele assim o chamou de Dia Santo do Senhor. Só ao Sétimo Dia é dado esse significado, o Sábado, Deus assim o chamou, o santificou, e o separou para Si, como único e verdadeiro Dia do Senhor.

“Porque eu, o Senhor, não mudo; Malaquias 3:6

É por isso que esse mesmo dia, o Sábado é o sinal que separará o Seu povo nos últimos dias. O povo de Deus, o remanescente, após o derramamento do Espírito Santo então é capacitato para guarda do verdadeiro Dia do Senhor, se tornando-se então verdadeira luz para o Mundo, pregando ESSE evangelho do Reino, separando-se então daqueles marcados pelo sinal da Besta, o falso dia de guarda, o domindo católico romano.

Fontes:

[1] http://theleaven.org/reclaim-your-sunday-with-an-attitude-of-gratitude/

[2] Wikipedia

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