#202 - Donald Trump disse aos líderes cristãos que criará um escritório da fé na Casa Branca que se reportará diretamente a ele
Em 28 de outubro de 2024, Donald Trump participou da Cúpula da Fé organizada pelo Conselho Consultivo da Fé Nacional. Durante uma entrevista com a pastora pentecostal que fala em línguas Paula White, Donald Trump disse que estabelecerá um Escritório da Fé na Casa Branca porque a religião está sob ataque em nossa nação e precisa ser salva.
Aqui estamos testemunhando uma coalizão muito estratégica entre o presidente dos Estados Unidos e líderes religiosos evangélicos sendo planejada com o propósito de salvar a religião nos Estados Unidos. Esse chamado “Escritório da Fé”, que trabalhará diretamente no “Salão Oval”, tem como objetivo influenciar não apenas a Casa Branca, mas também as políticas americanas, moldando-as para que se alinhem às crenças evangélicas.
Não há dúvida de que todos os cidadãos, inclusive as pessoas de fé, têm o direito de serem ouvidos. Entretanto, o estabelecimento de um escritório de “fé” dentro do poder executivo do governo não é mencionado na Constituição dos EUA. Além disso, os cristãos passam dos limites sempre que apoiam leis ou regulamentações que forçam crenças religiosas específicas - especialmente o descanso dominical - a todos os cidadãos. Além disso, por que os cristãos evangélicos desejariam um “Escritório da Fé” na Casa Branca? Obviamente, os líderes religiosos querem ser capazes de influenciar políticas que beneficiem suas comunidades religiosas.
Fomos alertados de que chegará o momento em que líderes influentes da igreja ganharão maior influência sobre os líderes políticos, pressionando-os a promulgar leis dominicais em um esforço para impor o descanso social e a observância religiosa em nível nacional. Esse cenário, conhecido como a “crise da lei dominical”, ocorrerá quando as autoridades religiosas, diante das crescentes preocupações com a decadência moral e a agitação social, argumentarem que as leis de observância do domingo são necessárias para restaurar a ordem, nossa identidade cristã e o favor de Deus.
“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apóie as instituições, a América protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a inflição de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável.” (EGW, Eventos Finais, p. 131).
“Se o povo puder ser levado a favorecer uma lei dominical, então o clero pretende exercer sua influência unida para obter uma emenda religiosa à Constituição e obrigar a nação a guardar o domingo” (Review and Herald, 24 de dezembro de 1889).
Antes que as igrejas possam influenciar efetivamente o governo para impor seus ensinamentos à sociedade, é necessário primeiro estabelecer um mecanismo político-religioso que forneça um fórum estruturado para o diálogo. Estamos vendo isso se concretizar com o Escritório da Fé de Donald Trump. Os cristãos evangélicos terão um lugar na primeira fila do Salão Oval, posicionando-se para defender suas perspectivas mais diretamente no processo de elaboração de políticas.
“Os dignitários da Igreja e do Estado unir-se-ão para subornar, persuadir ou forçar todas as classes a honrar o domingo. A falta de autoridade divina será suprida por legislação opressiva. A corrupção política está destruindo o amor à justiça e a consideração para com a verdade; e mesmo na livre América do Norte, governantes e legisladores, a fim de conseguir o favor do público, cederão ao pedido popular de uma lei que imponha a observância do domingo.” (EGW, O Grande Conflito, p. 592).
Abaixo o video (em inglês):
